quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Carta do exílio

Desde o dia que morri
não logro mais escrever,
a eternidade me faz refletir
que foi tudo por você. ⠀

Deixe ir o peso da culpa,
não por isso estou a escrever;
descanse esse corpo que beijei.
Encerro minha vida para transcender.


Afirmo que não mais escrevo,
porém mando essa carta de contradição:
é a derradeira para te dizer
que se vivi, você foi uma razão. ⠀


Não ''a razão'', mas uma das que importa.
Observo a majestosa lua iluminar
no sem fim do meu exílio etéreo,
tudo que na pré morte costumava reinar

terça-feira, 11 de abril de 2017

Dançar

Em pé ou não,
o seu chegar
é o inicio
do meu pulsar.

Queimando vorazmente
que todos teus dedos
peguem e alcancem
apenas delicadamente.

Batendo e batendo
rápido e devagar,
abaixando e se erguendo,
continue a dançar

Como um trovão
alto e abafado,
me dê sua mão.

Cavalgando fogo,
lambendo labaredas,
prazeroso jogo, de
compridas noites.

Continuemos a dançar
Continuemos a dançar
Continuemos a dançar
Continuemos...