domingo, 10 de novembro de 2013

Claustrofobia

Continuam te empurrando
E você não entende nada do plano

Seu desejo de encerrar
A peça que ensaiam em todo lugar

E também com a opera enfadonha
Entoada por vozes medonhas

Bizarro e apático
Outro problemático

Em linha inimiga
É sensato se disfarçar de mão amiga

Chegará a hora de escapar

Por enquanto, saiba o seu lugar

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Ambição

Cada arranhão
Uma lição


Disposto a lutar por seu espaço
Saiu de casa sem paciência para abraços

As vezes,um manipulador
As vezes um sonhador

Acordado ao ocaso
Reencontros deixados para o acaso 


No bolso,cabia o mundo
Da ambição,oriundo

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Folha Vazia

Uma folha vazia
E minha falta de alegria

Tudo que tenho pra dizer,
Tu não ouvirás do meu ser

Um caderno em branco
Novo ou velho,o choro é brando

As palavras não se revelarão
Não pra você,meu irmão

Ou talvez nunca tive uma palavra a dizer
Tu não há como saber

sábado, 15 de junho de 2013

Sacrifício e desperdício

Eu, ferido olhar
Você,sem piedade ao me censurar

Eu,indisposto,procurando uma ponta solta pra me agarrar no teu rosto
Você,prosa bonita a contra gosto,servida com uma porção de desgosto

Eu,grandes sonhos a teu favor
Você,saindo antes do sol se por

Eu, sacrifício

Você, desperdício

domingo, 2 de junho de 2013

Falta de verbos

A culpa pela falta de verbos
Os fingidores são tão soberbos

Se tornam ainda mais
E meu medo em um cartaz

Ou será pura hipótese?
Não,precisaremos de uma prótese

Substituirei tudo aquilo que está  danificado
Prometo a você,meu amor,que não farei com nenhum sentimento atrelado

Pequenos papos que irão engolir
Sem pena nenhuma sentir

Partirei amanhã
Cansado do divã

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Leve ilusão

Eu procurei abrigo.Eu procurei socorro,mas no fim do meu fôlego,nada mais importava.Ou será que nunca importou?De qualquer jeito,lá estava eu,correndo,correndo e correndo.Procurando abrigo nos prédios mais altos e nos mais baixos,mais conservados e mais destruídos.
Os conservados não tinham sido pegos por aquilo tudo ainda.Ou talvez tenham sido pegos,mas se mostravam um pouco mais resistentes,ou pelo menos a área externa.Os mais destruídos realmente não estavam bem.Alguns até que serviam como moradia,pelo menos provisoria,já outros iam cair na sua cabeça.
Não encontrei.Não encontrei nada.Quando meus pulmões estavam queimando e minhas pernas pesando toneladas,já não sabia mais por que corria,ou do que corria.Lembro-me vagamente de que nunca soube ao certo,ou pelo menos não sabia explicar.As ruas sujas e em ruínas junto com os prédios conservados e destruídos davam à cidade o cenário perfeito de desolação.Não era uma simples beleza efêmera (que as vezes pode não ser tão simples assim) mas uma beleza peculiar,algo que poderia ser capturado para sempre e guardado nos confins da mémoria.O tipo de beleza que você não sabe que existe,mas que quando encontra,sabe que estava procurando por ela,exatamente ela,sua vida inteira,sem tirar nem por.Mas também que assustava de tão belo,e tinha suas partes feias,em falta de melhor palavra.Mas era assim toda coisa normal e mortal,ou criada por mortais,não sei bem em qual dos dois a cidade se encaixava.
Que não vinha ajuda eu já tinha percebido a muito tempo,e também que não seria capaz de lidar com isso sozinho.Mas eu corri,e não sei por quê,apenas para atrasar alguns minutos.Apenas para tentar me agarrar a algo,mesmo que seja uma ilusão,uma leve ilusão.
A aceitação já tinha vindo a mim na hora exata.Sempre achei que já tinha aceitado,ao mesmo tempo que achava que devia lutar.Mas esses momentos eram breves momentos em que idéias de todos os tipos atacavam.Entretanto, no final,eu precisei mesmo sentir a derradeira aceitação,para então partir em paz.Ou talvez não fosse paz,pois paz,só de baixo da terra,então acho que seria mais correto dizer que não parti em paz,mas parti para a paz.
De certo modo,não me lembro bem se acreditava nessa máxima,mas como dizia um poeta de uma certa época que precedeu a minha,eu tinha pago a conta do analista pra nunca mais ter que saber quem eu sou.
Sem luz,apenas o recipiente.Seria romântico de mais dizer que fui com um sorriso no rosto,mas no final das contas eu fiquei um pouco satisfeito,mesmo que bem pouco,por perceber que aquela cidade não era pra mim.E parti junto com o que quer ou quem quer que estivesse atrás de mim.

sábado, 20 de abril de 2013

Antecipar

Pensar para quê
se falta não irá fazer?

Não percebemos a ladeira
que antecipa-se a vida inteira

Paciência,raro recurso
vai ser impossível nesse curso

Hei de se cansar
do mundo desafiar

Seu próprio teto,desabado
e na angustia enterrado


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Névoa

Os dias enevoados
trazem andares arrastados

Presentes todo o dia
amplificado pela maresia

Sombras chegam e vão
todos insistem na contramão

Destes estamos cheios
nevoas mais densas por seus meios

Quando finalmente se dissipar
de ninguém mais será um lar

sábado, 9 de março de 2013

Ansiedade


Estou com sono,não consigo dormir
Talvez melhore se a mente distrair

mas essa ansiedade cruelmente corroí
Tudo o que o tempo constrói

Piedade!Piedade!
Mas apenas risos de maldade

O leito desconfortável
Alimenta o terror incontrolável

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Loucuras no escuro


Atirando loucuras no escuro
desejando um deus de um lado do muro

Ela bate a porta
e se recusa a sair até estar morta

Ninguém desejou assim
oh!Triste fim

Tenta fazer piada
acaba com a boca cortada

Mas a malícia continua
naquele que se julga dono da rua

Um ponto final na estrada
é a coisa mais desejada


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Caminhando


Sigo meu caminho
Finalmente saio do ninho

A estrada é traiçoeira
E as pessoas,más por inteira

Subo caminho acima
E me atiram da colina

Caio no chão
E sou devorado pelo cão

Minha alma destroçada
É bem melhor queimada

Quem vem lá?
Não precisa se preocupar

Sou um velho amigo
e não estou a procura de inimigo

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Fim

Sentado na passagem assim
perto do fim

percebe que tudo o que um dia lutou
das suas mão escapou

Os dias que se passaram
os deuses apenas o odiaram

A desgraça assola seus sonhos
com canções e risos medonhos

As suas feições sombrias
já esqueceram da vida,as alegrias

Os próximos herdarão
o castelo colidindo ao chão




terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Por um fio


As coisas não podem ser bonitas como em canções
descobrirá ao repousar os olhos nas aberrações

mascaras serão  fabricadas e distribuídas
para todas  as mentes destruídas

Os ditos heróis
não salvaram nenhum de nós

Seu galante cavalheiro
está roubando ovos do galinheiro

No dia mais escuro
você estará com as costas no muro

O misterioso vagabundo
não poderá salvar o mundo